sexta-feira, 5 de março de 2010
Filtro com nanotubos de carbono retém substâncias tóxicas do cigarro
Os nanotubos de carbono permitem a produção de filtros com excelentes capacidades de remoção de nicotina, alcatrão e outros gases existentes no fumo do cigarro.
A descoberta de uma nova propriedade dos nanotubos aconteceu na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, no grupo de pesquisa liderado pelo professor José Maurício Rosolen. Os pesquisadores realizaram experiências com auxílio da espectrometria de massa e infra-vermelho para chegar a aplicação nos filtros.
Filtro para tolueno
A descoberta no Departamento de Química da FFCLRP aconteceu quando a estudante de doutorado Elaine Matsubara testava filtros para tolueno. Como o grupo já domina a técnica de produção dos vários compósitos de nanotubos de carbono, começou a trabalhar inicialmente no desenvolvimento de um filtro para o tolueno.
"Usamos a queima do cigarro porque o professor Luis Alberto Beraldo de Moraes, da FFCLRP, que também faz parte do grupo, estava a estudar a presença de tolueno no fumo do cigarro. Observamos então um fumador, com o filtro normal de um cigarro e com o filtro feito com o compósito", diz o professor. "Para nossa surpresa, um dos compósitos de nanotubo de carbono que estava a ser desenvolvido praticamente extinguiu os sinais da existência dessas substâncias no fumo produzido pelo cigarro".
Segredo intelectual
O pesquisador revela que são diversos os tipos de compósitos de nanotubos de carbono, mas que só um apresentou potencial suficiente para filtrar essas substâncias, cujo nome é mantido em sigilo profissional.
"O que podemos adiantar é que a capacidade de absorção do compósito de nanotubo de carbono que trabalhamos é a sua interacção electrónica com as moléculas presentes nessas substâncias, ou seja, a capacidade das moléculas de ambos se interagirem e de se ligarem", frisa o próprio.
Uso pessoal e industrial
A descoberta pode abrir perspectivas, não só para a área de saúde, mas para toda a indústria que liberta diariamente toneladas de substâncias nocivas no ar. O professor alerta, porém, que o próprio nanotubo de carbono tem certo grau de toxicidade. "No caso do cigarro, por exemplo, a indústria tem que garantir que nenhum tubinho se separe e vá parar á saliva do fumador".
FONTE
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